O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, esteve em Cuiabá para alinhar estratégias, iniciativas e expectativas do partido para os próximos dois anos, assim como os projetos eleitorais da região. Sem representante do estado no Congresso Nacional, o nome do Procurador Mauro é cotado, mais uma vez, para concorrer ao cargo de deputado federal. Mauro obteve um total de 84.208 votos, ficando como o 7º mais votado na última eleição à Câmara Federal. Apesar disso não se elegeu, porque a sigla não atingiu o quociente eleitoral – número de votos necessários para eleger um candidato na disputa proporcional (deputado estadual e federal).

“A princípio este é nosso apelo e ele está avaliando se vai apresentar seu nome, que eu acho muito positivo porque ele enfrentou eleições muito duras aqui no Mato Grosso, sempre para cargos majoritários que são muito difíceis para um partido ainda em crescimento como o PSOL. Então a aposta numa eleição proporcional me parece no momento mais acertada e ele tá bastante sensível”, disse Malheiros. Sem coligação para cargos proporcionais, a eleição de 2022 pode ser favorável ao procurador. Conhecido como “eterno candidato” por participar de todos os pleitos desde 2006, sendo uma vez a governador, 3 vezes a prefeito de Cuiabá, 3 ao Senado e um à Câmara Federal.

Projeto nacional

A visita do presidente está dentro da proposta do PSOL de percorrer os 27 estados do país para preparar a disputa das eleições deste ano. De acordo com Malheiros, a ideia é abrir o diálogo com os seguintes propósitos: preparar o pessoal para a disputa eleitoral e segundo ouvir a militância em relação às grandes decisões que serão tomadas este ano.

Em 2018, o partido lançou Guilherme Boulos na disputa presidencial, ficando em 10º lugar com 617.122 votos. Este
ano a tendência é que a legenda siga o projeto do ex-presidente Lula que busca voltar ao cargo. Outra questão discutida
com os estados é quanto às federações partidárias. Conforme o presidente, o PSOL tomou uma decisão de buscar construir a unidade da esquerda contra Bolsonaro e uma candidatura do partido está praticamente descartada.

“Nossa hipótese prioritária é construir a unidade com os demais partidos de esquerda. Isso pressupõe, obviamente, flexibilidade e abertura da nossa parte para poder apoiar um outro nome. Obviamente não tenho ilusão de que essa unidade vai se construir em torno de um nome do PSOL. Provavelmente os nomes mais fortes hoje são o do Lula e do Ciro Gomes, mas nós vamos discutir a hipótese da unidade. Hoje obviamente essa unidade passa sobretudo pela possibilidade de apoio ao ex-presidente Lula”.

Superar as arestas

O PSOL é crítico à presença de nomes que considera neoliberalista na chapa majoritária, como o do ex-governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin (PSDB). Nas últimas semanas, Lula vem deixando claro que Alckmin na sua chapa é quase uma certeza. “Não é uma adesão pessoal, o partido não vai simplesmente apoiar um candidato.

Vamos colocar condições para esse apoio que incluem questões programáticas, ou seja, propostas para enfrentar a crise que o país vive, isso para nós é muito importante. Queremos debater também
o conteúdo, não só as propostas para um futuro governo, mas a própria campanha.

Que tipo de diálogo essa campanha vai tentar estabelecer com a sociedade brasileira”. Com muitas arestas, o presidente do PSOL explica que a legenda pode mudar de opinião lá na frente e apresentar um nome. “Hoje não discutimos nomes e temos nos esforçado muito para construir essa ponte com os partidos da oposição. Não descartamos caso seja necessário, mas apresentar uma candidatura num contexto que a gente sabe que a polarização entre esquerda e direita, entre Lula e Bolsonaro vai está muito forte é ter consciência que um espaço para nós será muito reduzido, por isso a gente vai buscar construir essa unidade”.