O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, disse hoje, em entrevista à Globonews, que nenhum integrante da legenda vê com simpatia a presença do ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) em uma eventual chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que este será um ponto a ser levado em consideração para decidir um eventual apoio da legenda ao petista nas eleições deste ano. “Ninguém no PSOL vê com simpatia a presença de um governador que foi responsável por políticas de privatização, repressão a greves de professores em São Paulo, repressão a movimentos sem-teto, numa chapa das esquerdas. Posso garantir que não é nem um pouco confortável para os partidos que estão debatendo a hipótese de apoiar o ex-presidente Lula ter o Geraldo Alckmin como vice”, afirmou Medeiros.
Segundo ele, o PSOL deve abrir um processo de diálogo com a candidatura de Lula nas próximas semanas. Em uma semana recheada de encontros com possíveis aliados, Lula teve uma conversa ontem com o ex-candidato à presidência Guilherme Boulos (PSOL). Oficialmente, Lula ainda não é presidenciável para as eleições de 2022, apesar de aparecer nas pesquisas de intenções de votos.
Nas redes sociais, o petista disse que conversou com o “amigo” sobre os próximos passos para implementar um projeto social e democrático no Brasil. Questionado sobre as discussões do partido sobre federação, Medeiros disse que as conversas com a Rede avançaram nas últimas semanas. Diferentemente das coligações — proibidas nas eleições proporcionais já em 2020 —, as federações vão muito além da disputa eleitoral: criam uma “fusão” temporária entre as siglas envolvidas, que precisam permanecer unidas por pelo menos quatro anos.