Presidente do partido, Juliano Medeiros cobra compromissos com pautas da esquerda de candidatos

Defensor do projeto de que o PSOL se concentre na formação de frentes de esquerda para as eleições de 2022, o presidente nacional do partido, Juliano Medeiros, vê com críticas a movimentação ao centro político de candidaturas como a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência da República, e de seu ex-correligionário Marcelo Freixo (PSB) ao governo do Rio de Janeiro. O partido criou uma comissão formada por Medeiros, pelo pré-candidato ao governo de São Paulo, Guilherme Boulos, e a deputada federal Talíria Petrone, que terá como principal missão negociar a aliança em torno da candidatura de Lula e tracioná-la para a esquerda.

O grupo está preparando uma agenda com 12 pontos que serão levados à discussão com o PT. Entre eles, há pautas como apoio à revogação das reformas trabalhista e da previdência; revisão do teto de gastos; medidas concretas de combate à crise climática e defesa da Amazônia; além de uma reforma tributária que desonere os pobres e a classe média, taxando grandes fortunas.

Segundo Juliano Medeiros, a escolha do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin como vice de Lula é um ponto sensível para selar o apoio. Ele afirma que até agora o ex-tucano não manifestou nenhuma autocrítica pela “repressão a movimentos sociais” em seu governo, ou manifestou compromisso com uma “plataforma anti-neoliberal” defendida pelo partido.

— É possível convencer as pessoas de que temos um projeto de superação da crise, do ódio na política, sem necessariamente colocar como vice um sujeito que tem o histórico que Alckmin tem. É um jeito de pensar a disputa eleitoral, muito impregnado na esquerda brasileira, que subestima a capacidade do povo de compreender nossas mensagens de combate à desigualdade e ampliação dos serviços do estado — disse Medeiros.

O presidente nacional do PSOL esteve no Rio de Janeiro na terça-feira para costuras políticas locais e conversas partidárias. Ele se encontrou pela manhã com o ex-colega de partido e deputado federal Marcelo Freixo, com quem a sigla tem as conversas mais avançadas para selar um apoio no estado do Rio. Porém também se reuniu, na sequência, com o pré-candidato do PDT, Rodrigo Neves — que já fez uma aliança com o PSD no estado — para quem ainda não fechou as portas.