O presidente do PSOL Juliano Medeiros está fazendo uma série de agendas pelo Brasil para discutir o cenário eleitoral

Em sua passagem pelo Recife, o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, deixou claro que o partido não vai abrir mão da candidatura ao Governo de Pernambuco. A declaração, dada em entrevista ao JC, mostra a inviabilidade de o partido repetir a aliança municipal de 2020, com a deputada federal Marília Arraes, que se filiou nesta sexta-feira (25), ao Solidariedade, e lançou sua pré-candidatura a governadora.

“Estamos sempre abertos para conversar com qualquer liderança da esquerda e do campo da centro-esquerda, mas não há nenhuma hipótese do PSOL abrir mão da sua candidatura para apoiar a deputada Marília Arraes”, afirmou Medeiros.

Em Pernambuco, o pré-candidato a governador pelo PSOL é o advogado João Arnaldo, que foi candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pela deputada Marília Arraes, mas que acabou sendo derrotada pelo candidato a prefeito do PSB, João Campos, no segundo turno.

“Estou muito otimista com os resultados que o PSOL pode alcançar em Pernambuco. Nós tivemos na nossa conferência eleitoral a candidatura de João Arnaldo e acho que ela pode ocupar um espaço que hoje está abandonado pela esquerda de Pernambuco, uma vez que boa parte dos partidos optam por fazer alianças com partidos conservadores”, declarou Juliano Medeiros.

O dirigente psolista também disse estar animado com os resultados do partido com relação aos quadros que pretendem eleger para o parlamento. “A Eugenia Lima mostrou que é competitiva em outras disputas recentes, ela é pré-candidata ao Senado, e pode disputar ‘pau a pau’ com candidatos de grandes partidos e para Câmara Federal tem todas as condições, principalmente por conta da federação com a Rede, de eleger não só o companheiro Túlio Gadêlha (Rede), mas o primeiro deputado ou deputada do PSOL”, explicou.

A Rede Sustentabilidade aprovou, durante uma reunião realizada no dia 12 de março, a federação partidária com o PSOL. Entretanto, as discussões sobre o tema só devem ser concluídas no próximo dia 30, data em que a Executiva Nacional do PSOL, vai lançar o estatuto e programa da federação.

“Acho que os debates que nós fizemos até aqui com a Rede, avançaram bem. Sou favorável a federação e hoje temos as bases mínimas para garantir o funcionamento democratico da federação que preserve a autonomia dos partidos e ao mesmo tempo que a gente possa manter uma base ideológica comum”, pontuou.

Entre os nomes que disputam uma vaga na Assembleia Legislativa, estão os vereadores Ivan Moraes e Dani Portela, e a mandata coletiva da Juntas, que tentará a reeleição. A chapa federal ainda está sendo construída, mas o partido acredita que nestas eleições será possível eleger o primeiro deputado federal ou a primeira deputada federal do Estado.

Apoio à Lula

Outro assunto pendente no partido é com relação ao apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Essa questão ainda não está fechada, mas o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, acredita que será possível caminhar no mesmo palanque do petista, desde que algumas colocações sejam atendidas.

“Essa decisão vai ser tomada no dia 30 de abril, numa conferência eleitoral, que o PSOL já convocou, agora há negociações em curso. Nós estamos colocando algumas condições programáticas de elementos que são importantes para o nosso partido, como a reforma tributária, medidas para combater a crise climática, e também a revogação de medidas que foram tomadas desde o golpe contra Dilma (Rousseff)”, defendeu Juliano.