“Grande maioria da esquerda brasileira” unida na candidatura de Lula

O presidente do partido PSOL, Juliano Medeiros, afirmou à Lusa que “a grande maioria da esquerda brasileira” está unida em torno da candidatura de Lula da Silva às eleições presidenciais marcadas para outubro.

“A grande maioria da esquerda brasileira está unificada”, descreveu assim o cenário político, à Lusa, a poucos dias, no sábado, de Lula da Silva apresentar na cidade de São Paulo a sua pré-candidatura às eleições presidenciais.

“As exceções são o campo do centro-esquerda o Partido Democrático Trabalhistas (PDT), que insiste em manter a candidatura do Ciro Gomes” e os pequenos partidos socialistas revolucionários que também optaram por candidaturas próprias, pelo menos na primeira volta, detalhou.

Ao que tudo indica, Lula deverá ir às eleições presidenciais de outubro ancorado por uma aliança entre PT, PSOL, PSB (Partido Socialista Brasileiro), PC (Partido Comunista do Brasil) PV (Partido Verde), Solidariedade, e Rede Sustentabilidade.

Este ano, observou Juliano Medeiros, comparando com as eleições presidenciais de 2018 que deram a vitoria a Jair Bolsonaro, existe uma união muito maior dos partidos de esquerda em torno do candidato do PT, Lula da Silva.

“À unidade de amplíssimos setores da esquerda e isso já é uma vantagem com 2018 quando a esquerda esteve bastante fragmentada com pelo menos cinco candidaturas na maior parte do tempo”, analisou.

O responsável observou também diferenças “em relação à agenda de 2018, que era uma agenda determinada pela extrema-direita”.

Na sua opinião, o campo de Bolsonaro posicionou-se melhor que a esquerda para o debate eleitoral, “muito melhor que em 2018 quando a agenda girava em torno de temas morais, segurança pública, corrupção, entre outros”.

“Em 2022, pelo contrário, teremos um debate sobre temas que são muito mais favoráveis à esquerda como saídas para a crise económica, o desemprego, a inflação, temas que têm impacto concreto na vida das maiorias sociais”.

A definição da agenda que vai disputar o espaço mediático é para Juliano Medeiros “a primeiríssima batalha” que a esquerda tem antes do início das eleições.

“A primeira disputa que vai ser dada é em torno da agenda. Bolsonaro segue forçando que a agenda se dê em torno das liberdades individuais, os ataques à suprema corte, do tema da relação do país com Cuba e Venezuela”, afirmou.

A esquerda, por outro lado, “vai disputar desde já a necessidade de focar a agenda nas questões socais”.

Juliano Medeiros, antevê, contudo, que a “extrema-direita vai recorrer aos mesmos mecanismos que recorreu em 2018 através da desinformação”.

Ainda sobre este tema, o responsável considerou que agora, tanto as instituições democráticas, como o Tribunal eleitoral, estão mais atentos à desinformação eleitoral, contundo “não têm todos os instrumentos para puder deter o usos das campanhas sujas e da desinformação”.

No sábado, Lula da Silva lança, na cidade de São Paulo, a sua pré-candidatura à presidência do Brasil marcadas para outubro.

O ex-presidente brasileiro (2003-2011) parte à frente em todas as sondagens, contudo nas últimas semanas as pesquisas têm apontado um crescimento gradual nas intenções de voto no atual chefe de Estado do Brasil, Jair Bolsonaro.

2022-05-09T16:26:33-03:00
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