“Como é que o partido iria virar as costas neste momento do País?”, indagou o presidente nacional da sigla

decisão inédita do PSOL desde sua fundação, em 2004, de não lançar um candidato próprio à presidência da República e apoiar o ex-presidente Lula foi “uma das mais importantes da história do partido”, avalia o presidente nacional da legenda, Juliano Medeiros, em entrevista ao Boa Noite 247 na última quinta-feira (5). O placar no diretório nacional, no sábado (30), mostrou que o processo não foi fácil: 35 votos a 25.

“Eu considero que essa decisão foi uma das mais importantes da história do PSOL. Eu compararia com a decisão que o PSOL tomou em 2016, quando ficou evidente que o que estava acontecendo na Câmara dos Deputados era um golpe contra Dilma Rousseff. E naquele momento o PSOL não era parte do governo da Dilma, aliás a gente estava bem crítico ao governo, por conta do ajuste fiscal que o Joaquim Levy vinha fazendo, e naquele momento a gente também decidiu que era nosso dever ir para as ruas defender o mandato da Dilma Rousseff, mesmo não sendo um mandato do PSOL ou um governo que o PSOL tinha ministérios ou secretarias. A gente compreendeu que o que estava em jogo era algo muito maior. Acho que o PSOL soube ler corretamente a gravidade do momento político em 2016 e se somou ao movimento contra o golpe parlamentar que estava sendo armado contra a Dilma”, comparou Medeiros.

“Acho que [hoje] o momento é muito parecido. O PSOL segue tendo diferenças com o PT e com os demais partidos que compõem essa frente, essa coalizão, mas como é que a gente ia virar as costas para o momento que está vivendo o Brasil? Como é que a gente ia lavar as mãos, dizer que não era problema nosso e que no segundo turno a gente se encontrava? Não era possível. A instabilidade do governo brasileiro vai ser tão profunda! Como é que a gente vai tratar essa eleição como uma eleição normal? Não é uma eleição normal, é uma eleição absolutamente extraordinária”, enfatizou.