Partido, criado a partir de um grupo dissidente do PT, atravessa uma divisão interna sobre a participação na futura gestão

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, informou à CNN que o diretório nacional do partido marcou uma reunião para o dia 17 para definir se vai compor com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

O PSOL apoiou a eleição do petista e é cotado para pelo menos dois postos na Esplanada dos Ministérios, Cidades e Povos Originários, mas deputados federais da legenda são favoráveis a postura de independência.

A avaliação do grupo parlamentar é de que a sigla não poderia ser uma espécie de satélite do PT e que precisa ter liberdade para se posicionar de maneira diversa ao do Palácio do Planalto em discussões no Congresso Nacional.

“A decisão será tomada dia 17 em uma reunião do diretório nacional do partido. Até lá, teremos muito debate interno”, disse o presidente nacional da legenda.

O PSOL nasceu em em 2004 justamente por uma união de dissidentes do PT. Ele é hoje federado à Rede. Medeiros é favorável à composição com o novo governo.

“Não acredito que a posição de lavar as mãos diante das dificuldades de um governo que ajudamos a eleger irá predominar”, afirmou à CNN.

Além de interferir na nomeação do partido na Esplanada dos Ministérios, uma postura de independência pode ainda afetar os planos eleitorais da sigla em 2024.

Em troca da decisão do deputado federal eleito Guilherme Boulos em não se lançar candidato à sucessão presidencial, Lula sinalizou com a possibilidade de o PT apoiar o novo congressista à prefeitura de São Paulo.