Presidente do PSOL lembrou que o juiz Marcelo Bretas é amigo do ex-governador Wilson Witzel
O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, se manifestou sobre o afastamento do juiz Marcelo Bretas, da Lava Jato do Rio de Janeiro, por suposto desvio de conduta na análise de processos. Afastamento foi determinado nesta terça-feira (28) pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por 11 votos a 4.
Pelo Twitter, Medeiros classificou Bretas como “justiceiro de toga”. “O ‘super-juiz’ Marcelo Bretas, amigo de Witzel e um dos expoentes da Lava-Jato no Rio, acaba de ser afastado pelo @CNJ_oficial. Mais um justiceiro de toga que ultrapassou vários limites do Estado Democrático de Direito para perseguir adversários e favorecer aliados políticos”, afirmou o dirigente do PSOL.
Marcelo Bretas é alvo de três reclamações disciplinares no CNJ, que foram julgadas em conjunto. Por unanimidade, os conselheiros decidiram abrir processo administrativo disciplinar (PAD) contra o magistrado. As reclamações são sigilosas e foram julgados a portas fechadas. Somente os advogados de Bretas tiveram permissão para permanecer na sala.
Um desses processos diz respeito a uma reclamação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que alega ter havido irregularidades na negociação de acordos de delação premiada homologados pelo magistrado. Em proximidade com promotores, ele teria negociado termos diretamente com advogados, diz a OAB.
Outro processo foi aberto pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que reclamou ter sido prejudicado intencionalmente por Bretas na eleição de 2018 para o governo do estado do Rio. Na ocasião o magistrado foi responsável por homologar delação premiada que envolvia Paes em um suposto esquema de propinas.
A terceira reclamação foi aberta pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, que investiga possíveis irregularidades na prestação de serviços judiciais sob responsabilidade de Bretas.
Em 2020, Bretas teve aplicada contra si a pena de censura, em decorrência de sua superexposição em dois eventos públicos da agenda do então presidente Jair Bolsonaro. (*Com Agência Brasil)