O líder partidário comentou as movimentações do governo em torno da reforma ministerial

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, afirmou que a estratégia do governo de contemplar siglas do centrão numa provável reforma ministerial não vai enfraquecer o bolsonarismo.

Ele fez uma análise nesta quarta-feira (26), no programa Central do Brasil, sobre os esforço do governo para conseguir aprovar pautas importantes na Câmara dos Deputados.

“O bolsonarismo não tem o controle desses partidos. Estes partidos têm, entre os seus quadros, parlamentares e lideranças políticas que são bolsonaristas ou que têm uma inclinação mais conservadora. Mesmo o MDB, que tem um certo peso no governo, tem figuras como o Osmar Terra, só para dar um exemplo. Não acho que a melhor a forma de isolar o bolsonarismo seja dividir esses partidos, que já na sua essência não são bolsonaristas”, avaliou.

Ele reconheceu as dificuldades enfrentadas pelo governo para conseguir avançar com as agendas prioritárias e indicou que faz parte do processo construir pontes com integrantes do centrão. Mas fez uma ponderação.

“Esse exercício de composição de maioria é um grande desafio e nós já vimos recentemente o preço que foi cobrado na Câmara dos Deputados com a ausência de uma base parlamentar mais sólida, por exemplo quando Arthur Lira aprovou o Marco Temporal, quando ele tentou desidratar o ministério dos povos indígenas.

O desafio é que essa governabilidade não seja construída às custas do programa que foi eleito nas urnas. O povo brasileiro fez uma opção clara por uma mudança de rota”

Para Juliano, a melhor forma de isolar o bolsonarismo politicamente é “viabilizar o programa de mudanças que elegeu o presidente Lula” e “manter um nível de denúncia sobre as ameaças que o bolsonarismo representa”.

Ele também comentou sobre a ação movida pelo PSOL, da Rede Sustentabilidade e o MTST, no Supremo Tribunal Federal, para que o governo federal apresente, num prazo de 120 dias, um plano com medidas para a população em situação de rua.

“Essa ação tem esse propósito, de olhar com mais atenção e cuidado para essas pessoas, e apresentar políticas públicas eficientes para enfrentar essa situação, que é quase uma emergência social no Brasil”, concluiu.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta terça-feira (25), que os estados, o Distrito Federal e os municípios tomem providências para implementar a Política Nacional para a População em Situação de Rua.

Moraes deu uma decisão liminar sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 976, que foi ajuizada pela Rede Sustentabilidade, pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

A entrevista completa está disponível na edição desta quarta-feira(26) do programa Central do Brasil no YouTube do Brasil de Fato.